Contato entre profissionais de diferentes áreas de atuação incrementa formação dos estudantes
Durante dois anos, o engenheiro agrônomo da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Tocantins (ADAPEC/TO) Breno Gomes Barbosa viajou do estado do Tocantins para Minas Gerais, para participar dos encontros presenciais do Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal, em Viçosa. Inspetor de defesa agropecuária na ADAPEC/TO, Breno concluiu o curso na UFV em 2016 e destaca que o Mestrado Profissional lhe proporcionou “conhecer pessoas com diferentes formações e atuações, como fiscais, pesquisadores, professores, analistas, entre outros, todos ligados à cadeia agrícola. Durante os encontros presenciais trocamos várias experiências profissionais”.
Para ele, que desenvolve ações voltadas para a prevenção, controle e/ou erradicação de pragas nas culturas de importância econômica e social para o estado de Tocantins, uma das principais contribuições do curso para a sua atuação, foi ampliar o “conhecimento técnico-científico na detecção e identificação de pragas e inimigos naturais, utilizado durante as fiscalizações nas lavouras produtivas”.
Natural de Porto Velho (RO), Breno concluiu o curso de Agronomia em 2010, na Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Na UFV, no Mestrado Profissional, o agrônomo defendeu a sua dissertação sobre o ataque de tripes Frankliniella schultzei à cultura da melancia. De acordo com Breno, “a pesquisa foi realizada em lavouras comerciais de melancia. O grupo foi formado por orientados do professor Marcelo Coutinho Picanço (UFV) e orientados do professor Renato de Almeida Sarmento (UFT). Os estudos tiveram como objetivo determinar os fatores que regulam a intensidade de ataque de tripes F. schultzei à cultura da melancia”.
Esses estudos possibilitaram o entendimento da bioecologia desse organismo e podem embasar o planejamento de programas de manejo integrado de pragas. Foram avaliados elementos climáticos, planta hospedeira e inimigos naturais. Observou-se que o ataque de tripes é maior nas épocas secas, em plantas que estejam no início do cultivo e, preferencialmente, nas folhas mais apicais do ramo. Também se verificou que quanto maior o ataque de tripes, maiores são as populações do predador Chrysoperla sp. O inspetor de defesa agropecuária da ADAPEC/TO avalia que “diante dessas informações, os produtores podem fazer um melhor planejamento do manejo das suas lavouras, como: a melhor época para o plantio; utilização de defensivos agrícolas seletivos aos inimigos naturais presentes na sua área; e o direcionamento da aplicação de defensivos para as partes da planta onde estão concentradas as pragas”.