Primeiro aluno a defender a dissertação retorna ao mestrado como coorientador
No ano de 2011, uma turma de servidores do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) ingressou no recém-criado Mestrado Profissional em Defesa Sanitária e Vegetal da UFV, pensado naquele momento para atender demandas muito presentes na rotina de trabalho do órgão. Neste grupo estava Ricardo Hilman, hoje Coordenador Geral de Proteção de Plantas do MAPA. Menos de dois anos depois, Ricardo defendeu, junto à banca, a primeira dissertação do mestrado, entrando para a história como o primeiro mestre formado pelo curso.
Agora, mais de dez anos depois, ele retorna ao Mestrado, na condição de coorientador. Essa é a primeira vez que o hoje doutor em Fitossanidade assume uma função deste tipo, para a qual ele se diz entusiasmado. “Eu sempre achei que as universidades precisam estar mais próximas dos profissionais, e o Mestrado Profissional proporciona isso, que os estudos sejam muito mais direcionados.Ver pessoas que queiram continuar estudando, melhorando sua capacidade tecnológica de pesquisa, de qualidade, e voltadas para a função que elas exercem é excelente é o que me incentivou a participar. Além do que é uma honra participar do mestrado onde eu ingressei em 2011.”
Na época, o pesquisador mapeou as barreiras interestaduais fitossanitárias do Brasil, que servem para que sejam fiscalizados produtos agropecuários com alguma restrição de trânsito em função de problemas fitossanitários. Naquele momento, essas barreiras não eram devidamente conhecidas e listadas pelo MAPA. “Então, o meu trabalho foi localizá-las e avaliá-las não só do ponto de vista de estrutura, mas também avaliando se elas funcionam ou não, se estavam bem localizadas, de eram propícias. O trabalho incluiu não só as barreiras fixas, mas também as volantes que os estados tinham.”
O mapeamento traçado pela dissertação “As barreiras fitossanitárias interestaduais no Brasil: localização e avaliação técnica” foi imediatamente incorporado ao trabalho das equipes do MAPA e também de outros órgãos, como a Empapa. “Então foi um processo muito importante, não só pra mim, mas pro próprio Ministério da Agricultura. Conseguimos contribuir diretamente para o trabalho que estava sendo feito naquele momento em todo o país.”
Novo recorte
Ricardo volta a o Mestrado a convite do professor Orlando Silva, seu orientador em 2011. Juntos, eles orientam o mestrando Leonardo Augusto Ferro, que desenvolve estudos sobre as barreiras fitossanitárias do Estado de Rondônia, utilizando a mesma metodologia proposta anos atrás por Ricardo. Além de avaliar a evolução ocorrida naquelas barreiras nos últimos 10 anos, o trabalho propõe a informatização total dos procedimentos e a interligação entre as barreiras fixas e móveis do Estado, agilizando e aumentado a eficácia das abordagens.
Ricardo, que ingressou no MAPA como auditor fiscal em 2002, destaca o quanto a oportunidade do mestrado foi importante na construção de sua carreira. “Eu me lembro que foi um desafio trabalhar e fazer o mestrado ao mesmo tempo. Em contrapartida, era um sonho desde quando eu me formei, que foi viabilizado exatamente pelo modelo de trabalho do mestrado. E, mais do que uma capacitação profissional qualquer, o mestrado foi importante porque a minha dissertação foi voltada pro Ministério da Agricultura, foi totalmente aplicada à minha necessidade no trabalho.”