Novas ferramentas para melhor eficiência da inspeção fitossanitária é tema de dissertação do mestrado profissional

Considerando o acentuado aumento na movimentação de produtos agrícolas nos portos e aeroportos brasileiros e a necessidade de evitar a entrada de pragas quarentenárias no país, o engenheiro agrônomo Isac Medeiros desenvolveu a dissertação “Novas ferramentas para melhor eficiência da inspeção fitossanitária”. Fiscal agropecuário do Ministério da Agricultura, em Florianópolis (SC), Isac acredita que com a inovação tecnológica é possível melhorar a eficiência, padronizar e fortalecer o sistema de alerta fitossanitário.

O engenheiro agrônomo explica que para a sua dissertação “foi desenvolvida e testada uma mesa de inspeção de sementes e grãos de cereais; montado um banco de dados das imagens de sementes das plantas daninhas descrito na lista das pragas quarentenárias. Também foram realizados testes com a lupa USB, ligada a um computador para uso na inspeção fitossanitária, com o suporte dos programas computacionais AMCAP e Micro-Measure. Projetou-se e fabricou-se a mesa de inspeção e testou-se a eficiência de separação dos grãos e o tempo utilizado para inspeção”.

Isac concluiu o Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal da UFV em 2013. Na dissertação, ele contou com a orientação do professor Antônio Alberto da Silva e coorientação do professor Marcelo Coutinho Picanço. Para o fiscal federal agropecuário, que atualmente trabalha na área de produção de sementes e Biotecnologia de Organismo Geneticamente Modificado (OGM), “o mestrado profissional foi muito importante para rever, ampliar os conceitos científicos e técnicos nas atividades de fiscalização de sementes e mudas e de pesquisa e uso de Biotecnologia OGM, bem como para assegurar mais confiança na ação e estar mais preparado para as mudanças”.

Agrônomo conclui Mestrado Profissional e aponta natureza semipresencial do curso como diferencial

O engenheiro agrônomo Yuri Jivago Ramos, da CIDASC (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina), concluiu o Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal da UFV, no mês de março deste ano. Sob a orientação do professor Marcelo Coutinho Picanço, ele defendeu a dissertação “Distribuição espaço-temporal de Anastrepha fraterculus em pomares de maçã”. Gestor regional da CIDASC, na cidade de Lages(SC), Yuri compartilha a sua experiência ao conciliar o lado pessoal, profissional e a logística para se dedicar ao Mestrado Profissional na Universidade Federal de Viçosa.

Natural do frio município de São Joaquim (SC), filho de pai produtor de maçã e criador de gado, a agricultura o acompanha desde a infância. Atualmente residindo na cidade de Lages, Yuri teve que driblar a saudade do filho pequeno, enfrentar muitas horas de voo e viagens de ônibus para chegar ao seu destino: Viçosa (MG), onde concluiu o seu mestrado. Mas o catarinense garante que todo o esforço valeu a pena e que a expectativa alta que tinha ao ingressar no curso em 2015, foi plenamente atendida. “Tenho que agradecer muito à empresa onde eu trabalho, que me liberou o tempo. Para cada encontro presencial eram uns dez dias, sendo cinco dias de encontro na UFV e cerca de dois dias de viagem para ir e dois para voltar. Agora melhorou. Quando comecei o curso, o aeroporto da minha cidade não funcionava. Pegava o avião em Curitiba (PR) ou Florianópolis (SC) para ir até Belo Horizonte(MG) e depois seguir de ônibus para Viçosa. Mas valeu a pena porque eu valorizo muito a questão do ambiente universitário. Você conversa com o pessoal e vê outras linhas de trabalho que estão sendo discutidas. Ferramentas que o pessoal utiliza e que você pode utilizar no teu trabalho. Isso em termos de conteúdo acaba enriquecendo bastante”.

Semipresencial

Yuri ainda destaca o fato de o curso ser semipresencial e proporcionar aos alunos trabalharem um tema dentro do seu campo de atuação profissional: “Acho que tende só a melhorar o ambiente virtual, sem perder a qualidade do ambiente universitário. Se fosse um curso só à distância, tu perderias os detalhes, não conheceria as pessoas. Agora, você fica uma semana na UFV, desenvolve alguns trabalhos e depois retorna. É uma maneira muito proveitosa de otimizar o tempo de quem tem as atividades de trabalho no dia a dia, sem perder a qualidade do material que está sendo produzido. E também tem essa questão do curso ser focado num problema. Assim, você consegue desenvolver uma linha de demanda da instituição onde você trabalha”.

Na sua dissertação, Yuri buscou determinar a distribuição espaço-temporal de A. fraterculos em pomares de maçã. “O meu trabalho foi sobre a distribuição espacial de mosca das frutas na região produtora de maçã. Essa praga é muito importante para essa cultura, pois traz danos reais do ponto de vista econômico e também é uma praga quarentenária. Nós já exportamos mais maçã. Para exportar ainda mais, tem que ter 100% de certeza de que a fruta lá na frente não vai ter larva. Então, a geoestatística, essa ferramenta que a gente está procurando compreender, vai fornecer mais precisão nas tomadas de decisão com relação às questões de controle. Até porque o número de produtos que a gente utiliza está diminuindo. Por questões de resíduo, o número de intervenções tende a ser pressionado a diminuir” – avalia.

Com a dissertação aprovada e o curso finalizado, o engenheiro agrônomo formado pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) destaca a sua evolução acadêmica durante os dois anos de mestrado profissional: “A gente não tem costume de escrever artigos, principalmente, artigos científicos. A gente trabalha mais com boletins técnicos. É algo bem diferente, mas eu evoluí bastante. E os contatos que a gente acaba fazendo no Mestrado Profissional são muito importantes. Hoje em dia é muita informação, você não consegue dominar tudo, mas você tem que saber onde essa informação está para poder buscar”.