Programa da Nespresso leva pesquisa de Madelaine Venzon às plantações de café 

O conhecimento construído nos laboratórios e salas de aula chega mais uma vez ao campo em uma parceria entre a gigante Nespresso e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), através da pesquisadora e orientadora do Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal da UFV, Dra. Madelaine Venzon. Desde novembro do ano passado, o Programa Nespresso AAA de Qualidade Sustentável usa o conhecimento sobre controle biológico conservativo construído por Madelaine e sua equipe de orientandos para otimizar o cultivo do café nas fazendas de Minas. Nos próximos dois anos, produtores vinculados ao projeto receberão informação e apoio técnico para fortalecer suas práticas de agricultura regenerativa.

Na fase inicial da implementação do acordo de cooperação técnica, serão construídas áreas de trabalho em nove fazendas mineiras (escolhidas entre os cerca de mil produtores que fornecem café para a Nespresso), onde serão desenvolvidas práticas de controle biológico conservativo, sob orientação de Madelaine e sua equipe. “Essas áreas vão servir como unidades demonstrativas, onde vamos mostrar as plantas atrativas aos inimigos naturais e levar as tecnologias que já desenvolvemos, mas também serão espaços pra testar coisas hipóteses que a gente já esteja trabalhando em laboratório, mas utilizando uma escala maior. É uma mão dupla: espaço para difundir, mas também para construir conhecimento”, explica a orientadora. 

Na etapa seguinte, a partir de março, a equipe de pesquisadores vai oferecer aos trabalhadores rurais treinamento especializado, envolvendo reconhecimento de pragas, bioinsumos e técnicas de controle biológico em geral. “Nós percebemos que eles querem muito esse conhecimento, e o que eu procuro fazer é mostrar como a gente desenvolve as pesquisas, para que vejam que é um trabalho grande, que inclui muitas etapas e demora tempo para se construir. Ciência não é o “eu acho”; é preciso comprovar os resultados.” 

Visão completa
O trabalho junto aos produtores de café traz grandes oportunidades também para os estudantes envolvidos com a pesquisa de Madelaine. “Eles têm o recurso logístico, tudo custeado pelo projeto, mas o mais interessante é a oportunidade de conhecer a visão que os agricultores têm lá, no Cerrado. É uma prática bem diferente da daqui da região. Além dessa parte do contato com o agricultor, eles têm contato com a indústria, com a demanda do mercado, é uma visão completa”, avalia a orientadora. “Penso que o que encanta os alunos, e a mim também, é exatamente ver onde vai ser aplicado o conhecimento que construímos. Por isso esse projeto é tão interessante. Temos muita ciência básica envolvida, que eu adoro, mas o meu trabalho na Epamig é aplicado, e neste caso não é diferente.”

 

Workshop Controle Alternativo de Pragas e Doenças reúne especialistas em palestras, debates e minicursos

Acontece nos dias 26, 27 e 28 de outubro, online, a quinta edição do Workshop Controle Alternativo de Pragas e Doenças. O evento é totalmente gratuito, e o prazo para submissão de trabalhos, na área de manejo e controle alternativo de pragas e doenças de plantas, vai até a próxima quinta-feira, 30 de setembro. A programação geral do evento, que pode ser conferida aqui, inclui palestras, debates e minicursos. Entre os conferencistas e debatedores estão professores e pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e de diversas universidades do Brasil e do mundo.

O evento é coordenado pela Epamig em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), por meio do Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal. Três orientadores do Mestrado – as professoras Madelaine Venzon e Wânia dos Santos Neves e o professor Ângelo Pallini – coordenam o workshop. A principal meta do evento é promover o debate e a atualização técnica de estudantes e profissionais das áreas de ciências agrárias e biológicas. “Teremos a participação de pesquisadores de 22 instituições públicas e privadas, nas palestras e nos cursos, todos com vasta experiência na área”, diz Angelo Pallini. De acordo com a pesquisadora Madelaine Venzon, as discussões e práticas no assunto avançaram positivamente desde o primeiro Workshop, realizado há 15 anos. “Nesta quinta edição, as discussões abordarão as tecnologias ditas alternativas, mas que já são uma necessidade hoje, inclusive nos cultivos convencionais”.

Para submeter trabalhos, os interessados devem enviar resumo simples (veja o modelo e o link para envio aqui) que serão analisados pela Comissão Científica do Workshop, considerando o mérito e o grau de relevância do trabalho, seus objetivos, seu conteúdo científico e sua originalidade. É fundamental que o trabalho seja submetido pelo primeiro autor do texto, e que o mesmo já tenha feito sua inscrição no evento. Cada autor pode inscrever até dois trabalhos. Só será aceito material inédito (dados não publicados). Segundo a pesquisadora da Epamig Wânia dos Santos Neves, “os cinco trabalhos mais bem pontuados serão apresentados no formato de vídeo durante o evento, e os demais integrarão um e-book a ser disponibilizado no site”.

Em 2021, o evento está organizado em três painéis, com os temas: “Manejo alternativo de pragas”, “Manejo Alternativo de Doenças” e “Controle biológico à disposição do produtor: o que existe no mercado hoje”. As inscrições gerais para o evento podem ser feitas neste link. Em cada um dos três dias de evento também serão oferecidos cursos diversos – veja a lista completa aqui.

Agrônomo aponta perspectivas e oportunidades após a conclusão do Mestrado Profissional

Dar continuidade à sua formação após a inserção no mercado de trabalho parece distante para muitos profissionais. Contudo, ao identificar uma oportunidade que concilie com a rotina profissional e que impacte diretamente na sua atuação, muitos profissionais não só investem na sua formação, como passam a desejar ir além. Isso aconteceu com o engenheiro agrônomo Mauricio Luiz Diamantino, que concluiu o Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal pela UFV, em 2019. Hoje, ao sentir o impacto que o curso trouxe para a sua carreira, com o reconhecimento dos colegas de trabalho e o surgimento de novas oportunidades para atuação, ele já planeja o futuro: “Essa atenção que foi nos dada já aventa a possibilidade até de um doutorado em manejo integrado de pragas, algo que era inimaginável há exatos dois anos”.

O engenheiro agrônomo Mauricio Luiz Diamantino.

Natural de Barretos (SP), Mauricio se graduou em Agronomia pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 1995 e no ano seguinte, mudou-se para Araguaína (TO), onde atua como inspetor na Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Tocantins (Adapec – TO). Estudar na Universidade Federal de Viçosa era uma “vontade antiga” que veio a se concretizar a partir de um convite do engenheiro agrônomo Cleovan Barbosa Pinto. Egresso do Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal, Cleovan incentivou o colega de trabalho a também ingressar no curso, já que ele concluiu o Mestrado Profissional em 2016 e foi uma excelente experiência.

Seguindo o conselho do colega, Mauricio ingressou no Mestrado Profissional em 2017. “Do ingresso até a defesa da dissertação fomos conduzidos por professores e tutores bastante comprometidos com o ensino, a pesquisa e a extensão, e que desde o primeiro momento confiaram na capacidade de trabalho de cada um, resultando em uma equipe coesa. Essa proximidade permitiu a melhor roteirização dos trabalhos com contribuições pontuais em todas as atividades de campo, de laboratórios, sobretudo nas representações gráficas do trabalho apresentados à banca examinadora”.

Mauricio defendeu a dissertação intitulada “Sistemas de tomada de decisão de controle de tripes em cultivos de melão”, sob a orientação do professor da UFV Marcelo Coutinho Picanço. O inspetor agropecuário da Adapec – TO avalia que “a Universidade Federal de Viçosa ao colocar-se como promotora do Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal, acreditando nas demandas trazidas pelos profissionais para a academia e essas demandas serem discutidas cientificamente com publicações de alto impacto, foi para mim uma quebra de paradigma do ensino a distância no Brasil”.

Ele também destaca a ampla rede de contatos que estabeleceu no decorrer dos dois anos de curso: “Estudamos com colegas das agências de defesa agropecuárias dos estados do Ceará, Maranhão, Minas Gerais e Santa Catarina, e isso proporcionou uma extraordinária rede de contatos profissionais e de ajuda mútua”.

Além de abrir novas perspectivas para a sua formação, gerar reconhecimento e ampliar o seu networking, Mauricio tem ainda mais motivos para comemorar: “Após a conclusão do Mestrado, a Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Tecnólogos do Estado do Tocantins (AEA) indicou o nosso nome para a composição do quadro de conselheiros do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Tocantins (CREA-TO).  Com muita honra, aceitamos o convite e fomos empossados em fevereiro de 2020”.

Engenheiro agrônomo defende dissertação sobre importante problema fitossanitário do milho no Brasil

O engenheiro agrônomo Ueder Peres Oliveira defendeu no final do mês de julho a sua dissertação do Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal, onde abordou um dos mais importantes problemas fitossanitários do milho no Brasil na atualidade. Sob a orientação do professor Eliseu José Guedes Pereira, o engenheiro agrônomo avaliou a resistência de genótipos de milho à cigarrinha Daubulus maidis e ao complexo de enfezamentos. Ueder conduziu experimentos com 25 genótipos de milho, e a sua pesquisa possibilitou identificar genótipos resistentes, “evidenciando que a resistência de plantas em milho é um método promissor de controle da praga e da doença”.

A defesa da dissertação intitulada “Caracterização da resistência e tolerância de genótipos de milho à Dalbulus maidis e ao complexo de enfezamentos” ocorreu remotamente e contou com participação dos professores Marcelo Coutinho Picanço (UFV), Ricardo Siqueira da Silva (UFVJM) e dos pós-doutores Mayara Lopes e Paulo Santana Júnior, ambos ligados ao Programa de Pós-Graduação em Entomologia da UFV. De acordo com o orientador, “Ueder teve um excelente desempenho na condução da pesquisa, na sua apresentação na dissertação e no seminário, e na arguição pela banca examinadora” – afirma o professor Eliseu.

Ueder trabalha em uma empresa do grupo Agroceres, a Helix Sementes e Mudas Ltda., que produz sementes de milho e sorgo.  Vale destacar que a Agroceres foi fundada em 1945, pelo engenheiro agrônomo Antônio Secundino de São José, ex-aluno da UFV, sendo a primeira empresa de sementes de milho híbrido do Brasil. De acordo com Ueber, a empresa onde trabalha investiu no seu treinamento e forneceu condições para que ele realizasse o Mestrado Profissional na UFV.

Para o professor Eliseu, “Ueder é um representativo de perfil de pessoa a quem o Mestrado Profissional possibilita treinar e aprimorar o conhecimento para melhor atuar nas empresas e outras instituições”.  O professor da UFV ainda destaca que “os resultados/produtos das pesquisas são diretamente aplicáveis e trazem benefício à sociedade. O título de Magister Scientiae concedido no mestrado profissional equivale ao obtido no mestrado acadêmico, com os mesmos direitos e atribuições. Isso significa que o profissional pode ingressar em carreira que exige título de mestrado Stricto Sensu, inclusive pode seguir para o doutorado se oportuno”.

Esse certamente é um caminho que o engenheiro agrônomo Ueder, e agora também Mestre em Defesa Sanitária Vegetal, pretende seguir: “Somente aguardo a disponibilidade de um doutorado profissional, como o mestrado profissional que fiz na UFV, para que eu ingresse na empreitada! Isso permitiria às pessoas a oportunidade para aprimorar o conhecimento e conquistar o título de Doctor Scientiae concomitante com as atividades profissionais, sejam elas no setor público ou privado”.

 

Mestrado Profissional amplia possibilidades de atuação para egressos

 

O professor universitário Maykon Dias Cezario defendeu a sua dissertação no Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal (MPDSV), no dia 14 de fevereiro e agora, celebra as novas possibilidades e os dois anos dedicados à obtenção do título na UFV: “O MPDSV com certeza foi uma das grandes oportunidades da minha vida. A possibilidade de cursar um mestrado de alto nível conciliando com as atividades profissionais foi o que pontuou mais. Além disso, contar com um corpo docente de muito gabarito e estudar na UFV contribuíram também em minha decisão”.

Natural da cidade de Timóteo (MG), localizada no Vale do Aço, “região industrial que se destaca na produção de aço”, Maykon se formou em Agronomia na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). “Tive uma origem simples, mas sou oriundo de uma família que sempre valorizou a educação”. Desde a graduação, a dedicação aos estudos faz parte do dia a dia do agrônomo. “Atuei com pesquisa nas áreas de fitotecnia, entomologia e fitopatologia, sempre conectado com a defesa sanitária vegetal, que sempre foi a área de meu maior interesse na agronomia. Estagiar em empresas de pesquisa agropecuária, como a EPAMIG, e marcar presença em eventos científicos faziam parte da minha rotina. Foram cinco anos de muita dedicação, que culminaram no prêmio de melhor aluno do curso, na cerimônia de colação de grau” – relembra com orgulho.

Concluído o curso superior em 2009, a sua primeira experiência profissional ocorreu no estado de Mato Grosso do Sul, onde ele trabalhou com grandes culturas em uma multinacional focada na produção de etanol e bioenergia. “No centro-oeste brasileiro conheci, exercitei e enfrentei os desafios da produção agrícola. Considero-me privilegiado em ter iniciado a carreira em uma região das mais desenvolvidas e tecnológicas do Brasil no que diz respeito à agricultura”.

Ao retornar ao seu estado de origem, Maykon descobriu uma nova área de atuação: “Quanto retornei a Minas Gerais, comecei a atuar na área educacional como professor universitário na rede privada, e me apaixonei pela academia. Já com experiência, fui fazendo carreira na área educacional e atualmente, coordeno dois cursos de graduação na Univale: Agronomia e Agronegócio. Represento ainda a região Vale do Rio Doce no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), atuando como conselheiro da Câmara especializada da Agronomia e também no Conselho de Educação do CREA-MG”.

Mestrado Profissional

Experiente no comando da sala de aulas, em março de 2018, foi a vez de o professor assumir também a condição de aluno, ao ingressar no Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal da UFV. Foram dois anos de dedicação que se encerraram no mês de fevereiro, período cujo maior desafio, segundo Maykon, foi “conciliar os estudos com as atividades profissionais em um mercado privado, que nos exige continuamente muita dedicação e entrega”.

Sob a orientação da pesquisadora Madelaine Venzon, Maykon pesquisou sobre controle biológico conservativo em café Conilon. “A busca de alternativas ao controle químico exclusivo para o manejo de pragas é primordial, e uma dessas possibilidades se trata da manipulação do ambiente visando ao controle biológico conservativo. No trabalho desenvolvido em minha dissertação, avaliou-se a eficiência da diversificação da vegetação através da introdução do ingá no controle biológico das principais pragas do café Conilon, sendo elas: bicho-mineiro, cochonilha-da-roseta, broca-do-café e ferrugem. O trabalho foi conduzido em lavoura comercial em Itueta (MG)” – descreve.

Concluído o mestrado profissional, Maykon já identifica benefícios que essa recente conquista lhe proporcionou: “Fazer o MPDSV sem dúvida já me beneficiou pelo universo de possibilidades que encontrei. A possibilidade de continuar trabalhando com pesquisas envolvendo café Conilon e beneficiando os produtores regionais; a possibilidade de dar sequência aos estudos com o doutorado; e atuar na área de defesa sanitária vegetal com maior propriedade, são os principais benefícios”.

Pesquisa desenvolvida no Mestrado Profissional resulta em depósito de patente no INPI

A pesquisa desenvolvida pela mestre em Defesa Sanitária Vegetal, Ana Paula Soares da Rocha, durante o Mestrado Profissional na UFV, resultou no depósito da patente “Composições ectoparasiticidas à base de Lithraea brasiliensis e uso”, no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). Ana Paula defendeu a sua dissertação sobre avaliação do potencial carrapaticida de plantas neotropicais em julho de 2019, e no início deste ano, realizou o depósito da patente buscando desenvolver uma formulação comercial a base de Lithraea brasiliensis para controle de carrapatos de forma mais eficiente e mais segura. “A pesquisa realizada durante o mestrado nos mostrou que o extrato dessa planta é muito eficiente no controle de carrapatos resistentes aos carrapaticidas disponíveis no mercado”.

Ana Paula explica: “Agora, as nossas pesquisas focarão em verificar se a molécula que apresentou atividade é segura do ponto de vista ambiental, com estudos de impacto em organismos não-alvo como insetos benéficos, predadores, polinizadores e organismos aquáticos. Também analisaremos a segurança alimentar dessa molécula, pelo fato de que este produto será usado principalmente nos rebanhos bovinos, temos que assegurar que após o uso, não haverá resíduos na carne e no leite”.

A pesquisadora destaca que “na produção agropecuária, a busca por ferramentas mais seguras e eficientes é constante. A cada dia cresce a demanda por alimento, e sabemos que essa produção deve atender a sociedade não só em quantidade, mas também em qualidade e de forma sustentável. Os extratos botânicos têm se mostrado promissores porque muitas plantas são ricas em substâncias bioativas, que são biodegradáveis e apresentam baixa ou nenhuma toxicidade a mamíferos e outros organismos não-alvo. Assim, nosso estudo pode levar ao desenvolvimento de um novo produto para controle de carrapatos de forma mais eficiente e mais segura”.

Além disso, a pesquisadora enfatiza o fato de sua pesquisa está buscando desenvolver um produto originado de uma planta do Cerrado brasileiro. “Temos o privilégio de ter em nosso país, em seus diferentes biomas, uma flora rica em biodiversidade, não encontrada em nenhuma outra parte do mundo. Logo, o número de moléculas existentes que ainda não foram pesquisadas é muito grande. O incentivo e apoio às pesquisas relacionadas à nossa biodiversidade devem ser contínuos, pois os compostos químicos presentes na nossa flora, além de serem fontes de novas moléculas para o combate de pragas e doenças na agropecuária, também dão origem a compostos usados em áreas como medicina, farmácia, nutrição, dentre outras. Tudo isso reflete em melhorias na qualidade de vida da sociedade”.

Parceria multidisciplinar

Engenheira Agrônoma, professora de Química no curso de Engenharia Agronômica da Faculdade Cidade de João Pinheiro, na cidade de João Pinheiro (MG), e instrutora de formação profissional rural do Sistema FAEMG/Senar, onde ministra treinamentos de aplicação de defensivos, Ana Paula ingressou no Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal da UFV em agosto de 2017, onde construiu uma profícua parceria com outros pesquisadores.

Na UFV, ela contou com a orientação do professor Eugênio Eduardo de Oliveira, “que de prontidão abraçou a ideia” e a apresentou à pesquisadora Graziela Domingues de Almeida Lima. “Doutora em Biologia Celular e Estrutural e com grande conhecimento em bioquímica e farmacologia, o trabalho da Dra. Graziela foi essencial na condução dos bioensaios em organismos não-alvo e no tratamento e análise de dados; sendo também para mim, um exemplo de positividade e profissionalismo, o que me motivou muito durante todo o processo” – destaca.

Na UFMA (Universidade Federal do Maranhão), Ana Paula contou com a parceria da professora do Centro de Ciência e Tecnologia, Cláudia Quintino da Rocha. “Eu já conhecia o magnífico trabalho realizado pela professora Cláudia. Então, a convidei para ser minha coorientadora, gerando uma parceria entre a UFV e a UFMA. Ela é uma profissional renomada, com vasta experiência na área de Química de Produtos Naturais, atuando principalmente no isolamento, identificação de metabólitos secundários e avaliação farmacológica de extratos e compostos bioativos. Com o suporte de uma profissional com tamanha competência, nossos estudos químicos foram conduzidos de forma muito eficiente, fazendo com que conseguíssemos fazer toda a caracterização química do nosso extrato, além de descobrir qual era a molécula responsável pela bioatividade”.

Além do suporte na parte metodológica, Ana Paula acrescenta que a atuação das duas pesquisadoras, Graziela e Cláudia, “foram imprescindíveis em todo o processo de elaboração e acompanhamento dos tramites do depósito da patente”. Como Ana Paula resume: “este foi um trabalho desenvolvido por dois agrônomos, uma química e uma bióloga; que nos mostrou que a parceria entre profissionais de diferentes áreas gera resultados muito positivos para toda sociedade”.

Além da pesquisa voltada para o uso do extrato da Lithraea brasiliensis na agropecuária, as pesquisadoras pretendem avançar ainda mais nos experimentos: “Estamos testando esse extrato em células cancerosas. Os primeiros resultados já apontaram uma possível atividade em determinados tipos de células, portanto, mais pesquisas serão realizadas a fim de confirmar esses resultados”.

Confira o resultado do Processo Seletivo 2019/2

O Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal divulgou o resultado da seleção de candidatos. Foram selecionados sete candidatos.  Veja a seguir o resultado do Processo Seletivo 2019/2.

1) CANDIDATOS SELECIONADOS:

Caio Cesar Coimbra

Chayenne Bittencourt Caus

Dagolberto Calazans Araujo Pereira

Juliana Brochini Sacilotti

Katyuscia Ferreira Lavrins Bessa

Lisandro de Quadros

Melissa Rösler

2) CANDIDATOS NÃO SELECIONADOS:

Alessandra Lomelino Campos Lopes

Edelvania Souza Marques

José Roberto Jorge

Julio Cesar Barbosa

Luciano Cardoso de França

Marcela Martins Rodrigues

Maria Elize Teixeira Leite Bordoni

A força das mulheres na Defesa Sanitária Vegetal

Num país como o Brasil, onde se faz necessária uma lei que prevê multa para empresas por discriminação salarial de mulheres, é indicativo de que a igualdade entre os gêneros no mercado de trabalho é um objetivo ainda a ser conquistado. O projeto de Lei 88/2015 foi aprovado no dia 20 de março pelo Senado e agora segue para análise da Câmara dos Deputados. A proposta visa assegurar salário igual para homens e mulheres na mesma função e na mesma atividade. Mas as desigualdades não param por aí. Dia após dia elas precisam reafirmar o espaço conquistado e reivindicar respeito e reconhecimento. Conversamos com mulheres protagonistas no Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal da UFV. Elas compartilham um pouco da sua experiência em espaços ocupados majoritariamente pelo sexo masculino.

A professora Graziela Dias Ferreira Sant’Ana conta que o seu primeiro trabalho foi numa indústria, onde seus colaboradores na maioria eram homens. “A minha segunda experiência foi em educação profissional, onde mais uma vez os homens eram maioria. Percebi no meu primeiro dia de trabalho que os desafios eram enormes, pois para a mulher buscar e ter oportunidade de crescimento profissional, ela deve provar diversas vezes que é competente, mostrar que possui postura e principalmente jogo de cintura perante o quadro de colaboradores. E talvez depois, ter reconhecimento de fato por ocupar determinado cargo e ainda obter sua remuneração”.

Graziela concluiu recentemente o Mestrado Profissional e vê com otimismo o que o futuro reserva: “Com o passar do tempo, percebi que as mulheres começaram a ser reconhecidas e hoje, em determinadas funções, a preferência são para mulheres, pois são mais cuidadosas, mais detalhistas, isso faz diferença numa linha de produção. Os desafios são muitos, para ambos os sexos, pois estamos passando por muitas mudanças e se manter atualizado é primordial para que você se mantenha competitivo no mercado de trabalho. Quanto aos preconceitos, sinto ser menos nos dias de hoje e a minha perspectiva é que a cada dia todas as mulheres tenham as mesmas oportunidades no mercado de trabalho”.

Destemida frente aos desafios, a pesquisadora da Embrapa Elisangela Gomes Fidelis também acredita que o que está por vir é promissor. Parafraseando a pesquisadora Marie Skłodowska Curie, primeira mulher a ganhar o prêmio Nobel de Física, devido aos seus estudos sobre radioatividade, Elisangela destaca: “Não há nada a temer na vida, só há uma coisa para compreender: agora é a hora de entender mais para que possamos temer menos.”. E incentiva: “Para mim é uma grande honra como mulher poder orientar os alunos e contribuir com o Mestrado Profissional. Como mulher, estou ocupando um espaço na pesquisa e no ensino acadêmico que antes era majoritariamente masculino. Infelizmente, mesmo sendo maioria como estudantes nas universidades, poucas mulheres chegam a cargos importantes após sua formação. Espero como orientadora, incentivar as alunas para que elas possam crescer profissionalmente e assumir responsabilidades em suas carreiras, assumindo posição de destaque, como líderes de suas equipes, coordenadoras de grandes projetos, etc.”.

Este é o caso da fiscal estadual de defesa agropecuária e florestal Ana Paula Vicenzi. Atuando no Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso – INDEA/MT, Ana Paula avalia que “a participação das mulheres no mercado de trabalho, principalmente no setor da agricultura, vem crescendo a cada ano e rompendo barreiras. Encaramos diariamente os desafios, sem esmorecer, mostramos nossas habilidades na resolução de conflitos e nos dedicamos com afinco, não para provar que somos melhores, mas para provar que somos iguais e merecemos o devido respeito. Hoje lotamos as turmas de agronomia, universidades, lavouras, escritórios e laboratórios. Estamos mostrando nosso valor acadêmico, intelectual, nosso trabalho e estamos conquistando o nosso espaço. Aqui na UFV já conquistamos, entramos por reconhecimento e nos mantemos por mérito. Sou mulher, dona de casa, Engenheira Agrônoma, Fiscal Estadual de Defesa Agropecuária, Especialista em Proteção de Plantas e aluna do Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal. E poderia ser mil outras coisas sem receber o devido reconhecimento, que ainda assim não me abalaria. Sigo na luta, como outras milhões de estudantes e trabalhadoras deste país, que fazem o seu melhor, na certeza de que serão reconhecidas não somente no dia 08 de março, mas em todos os dias de sua vida”.

Contato entre profissionais de diferentes áreas de atuação incrementa formação dos estudantes

Durante dois anos, o engenheiro agrônomo da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Tocantins (ADAPEC/TO) Breno Gomes Barbosa viajou do estado do Tocantins para Minas Gerais, para participar dos encontros presenciais do Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal, em Viçosa. Inspetor de defesa agropecuária na ADAPEC/TO, Breno concluiu o curso na UFV em 2016 e destaca que o Mestrado Profissional lhe proporcionou “conhecer pessoas com diferentes formações e atuações, como fiscais, pesquisadores, professores, analistas, entre outros, todos ligados à cadeia agrícola. Durante os encontros presenciais trocamos várias experiências profissionais”.

Para ele, que desenvolve ações voltadas para a prevenção, controle e/ou erradicação de pragas nas culturas de importância econômica e social para o estado de Tocantins, uma das principais contribuições do curso para a sua atuação, foi ampliar o “conhecimento técnico-científico na detecção e identificação de pragas e inimigos naturais, utilizado durante as fiscalizações nas lavouras produtivas”.

Natural de Porto Velho (RO), Breno concluiu o curso de Agronomia em 2010, na Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Na UFV, no Mestrado Profissional, o agrônomo defendeu a sua dissertação sobre o ataque de tripes Frankliniella schultzei à cultura da melancia. De acordo com Breno, “a pesquisa foi realizada em lavouras comerciais de melancia. O grupo foi formado por orientados do professor Marcelo Coutinho Picanço (UFV) e orientados do professor Renato de Almeida Sarmento (UFT). Os estudos tiveram como objetivo determinar os fatores que regulam a intensidade de ataque de tripes F. schultzei à cultura da melancia”.

Esses estudos possibilitaram o entendimento da bioecologia desse organismo e podem embasar o planejamento de programas de manejo integrado de pragas. Foram avaliados elementos climáticos, planta hospedeira e inimigos naturais. Observou-se que o ataque de tripes é maior nas épocas secas, em plantas que estejam no início do cultivo e, preferencialmente, nas folhas mais apicais do ramo. Também se verificou que quanto maior o ataque de tripes, maiores são as populações do predador Chrysoperla sp. O inspetor de defesa agropecuária da ADAPEC/TO avalia que “diante dessas informações, os produtores podem fazer um melhor planejamento do manejo das suas lavouras, como: a melhor época para o plantio; utilização de defensivos agrícolas seletivos aos inimigos naturais presentes na sua área; e o direcionamento da aplicação de defensivos para as partes da planta onde estão concentradas as pragas”.

Razões para ingressar no Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal da UFV

  • Excelência do Curso: A Universidade Federal de Viçosa (UFV) é pioneira no Brasil no oferecimento de cursos de pós-graduação na área de Ciências Agrárias. A instituição tem padrão de excelência nacional e internacional nas áreas de Entomologia, Fitopatologia, Ervas Daninhas e Defesa Sanitária Vegetal. O Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal da nasceu neste contexto. Na última avaliação da CAPES, o curso esteve entre os melhores do país na área de Ciências Agrárias I. Saiba mais
  • Excelência da Equipe: A equipe de orientadores do Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal da UFV é formada por professores com  grande capacidade didática e que estão entre as maiores autoridades brasileiras nas suas áreas de atuação. Conheça os orientadores 
  • Objetivos do Curso: Proporcionar a profissionais com formação e/ou que atuam em Ciências Agrárias e áreas afins, ampliação dos seus conhecimentos em Entomologia, Fitopatologia, Ervas Daninhas e Defesa Sanitária Vegetal, impulsionando sua carreira e atuação no mercado de trabalho.
  • Características do Estudante: O Mestrado é destinado a profissionais. Portanto, os candidatos ao curso devem ter vínculo empregatício (em empresas públicas ou privadas), serem empresários ou atuarem como autônomos.
  • Metodologia do Curso: O curso é estruturado de forma a permitir que o aluno concilie suas atividades profissionais com os estudos, possibilitando que o aluno aplique o conhecimento adquirido na sua atividade profissional. As disciplinas são oferecidas em módulos condensados semanais em cada semestre, no Campus da UFV, em Viçosa (MG).
  • Saiba mais sobre seleção de candidatos