Fiscal agropecuário destaca contribuições do Mestrado Profissional para sua carreira

Quem não deseja obter uma melhoria salarial fruto de uma qualificação profissional? Além do conhecimento adquirido, esse foi um incentivo a mais para o engenheiro agrônomo Rodrigo Eustáquio da Silva cursar o Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal na UFV. Fiscal agropecuário do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), ele  concluiu o Mestrado Profissional em 2017 e afirma que o curso já está contribuindo na resolução de problemas cotidianos: “ Hoje, enxergo o ambiente de trabalho no IMA de forma ampla, fruto do senso crítico adquirido durante o curso. Além do mais, já está prevista uma melhoria salarial pela qualificação, que é sempre positivo”.

Atuando em Belo Horizonte (MG), Rodrigo dá apoio ao gerenciamento de fiscalização de agrotóxicos realizados no estado de Minas Gerais.  Para a sua dissertação, ele escolheu como tema  a “Otimização da Fiscalização do Uso de Agrotóxicos pelo Instituto Mineiro de Agropecuária”. De acordo com o engenheiro agrônomo, “embora Minas Gerais seja a sexta unidade federativa do Brasil em vendas de agrotóxicos, o IMA é o órgão que mais realiza atividades de fiscalização do uso desses insumos nas propriedades rurais do país”.

Rodrigo destaca que houve uma participação ativa de vários servidores do IMA na construção da sua dissertação, “levando-os a refletir de forma crítica o próprio ambiente de trabalho”. Ele avalia que a sua dissertação contribuiu para que o IMA passasse a utilizar “a base de dados do programa SICCA (Sistema de Controle e Comércio de Agrotóxicos e Afins), ferramenta on-line que estava ativa desde 2012 e que era subaproveitada para investigações fiscais. Conseguimos quantificar melhor o consumo de agrotóxico nas propriedades rurais em Minas Gerais, permitindo planejar melhor nossas ações fiscais nesse ambiente. Por fim, desenvolvemos uma ferramenta (fórmula) que auxilia no cálculo amostral do universo a ser fiscalizado de forma representativa”.

Satisfeito com os frutos que vêm colhendo com a conclusão do Mestrado Profissional, o fiscal agropecuário do IMA espera que a UFV também ofereça futuramente o Doutorado Profissional na área de defesa sanitária vegetal, permitindo assim que profissionais como ele possam continuar investindo na sua qualificação. “Ainda na graduação, o mestrado foi deixado de lado ao priorizar a conclusão do curso para entrar no mercado profissional. Através da UFV, pude inserir mais uma qualificação profissional no currículo, pois o curso é dinâmico e flexível, diferente do mestrado acadêmico, que exige dedicação integral”.

Engenheira agrônoma destaca que esta modalidade de mestrado torna profissionais mais resolutivos

A engenheira agrônoma Roberta Duarte Avila Vieira trabalha na CIDASC (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina), no município de Lages (SC). Ela atua na área de defesa sanitária vegetal, através do monitoramento e fiscalização da produção e do comércio de produtos de origem vegetal, veiculadores de pragas que representam risco à produção agrícola e à condição socioeconômica do estado de Santa Catarina. Ela também atua na fiscalização de insumos agrícolas, como agrotóxicos, sementes e mudas. Paralelo às suas atividades profissionais, Roberta cursa o Mestrado Acadêmico em Defesa Sanitária Vegetal da UFV. “Ressalto a importância desta modalidade de mestrado pela possibilidade de capacitar o profissional na sua área de atuação, tornando-o mais resolutivo, produtivo e competitivo no ambiente em que está inserido” – destaca.

Em 2003, Roberta concluiu o curso de Agronomia pela UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina) e, quatorze anos depois, ingressou no mestrado profissional. Ela ingressou no curso de pós-graduação no segundo semestre de 2017 e avalia que o Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal da UFV “proporciona aos alunos uma excelente equipe de professores e profissionais qualificados e atuantes na área de defesa sanitária vegetal e um ambiente riquíssimo de possibilidades de aprendizado, através dos materiais didáticos, de vídeo-aulas e videoconferências. Além dos encontros presenciais, que permitem o contato com a Universidade como um todo”.

Para a sua dissertação, Roberta planeja desenvolver o tema “Análise de Risco da bactéria Pseudomonas syringae pv syringae  no mundo”. “Através da definição da área de risco, da avaliação e do manejo do risco desta praga, pretendo determinar o risco desta bactéria para pomares de maçã, produto de grande importância socioeconômica para o estado de Santa Catarina” – afirma a agrônoma da CIDASC.

Troca de experiências enriquece ainda mais o aprendizado no Mestrado Profissional

O que leva um profissional já estabelecido no mercado de trabalho retornar à sala de aula para fazer um mestrado profissional? Para o engenheiro agrônomo Ricardo Wolfgramm, por exemplo, a motivação vai muito além da obtenção de um título de mestre. Ele busca aprendizado: “Além do conhecimento adquirido com o curso, o que acho de grande valia é o conhecimento compartilhado entre diferentes profissionais que estão numa mesma sala de aula. A troca de experiências de vida e experiências profissionais é fantástica. Em uma mesma sala temos um agrônomo que trabalha em áreas com alta tecnologia no cultivo de soja e também temos uma profissional que atende tribos indígenas no Amazonas. Em uma semana de encontro temos uma troca de informações enorme, fazemos amizades com profissionais de diversas áreas de atuação e de diferentes regiões do Brasil”.

Ricardo se formou em Agronomia na UFV, em 2009. Logo em seguida, ingressou em um mestrado acadêmico na mesma instituição, mas não chegou a concluir, pois entrou no mercado de trabalho. Após experiências como extensionista rural e representante técnico de vendas, fundou em sociedade com dois amigos, a empresa Equilíbrio Rural, uma loja de produtos agropecuários, localizada em São Gabriel da Palha (ES). Agora, empresário e estudante do Mestrado Profissional, Ricardo acredita “que o curso possa abrir muitas portas ao mercado de trabalho, seja uma promoção dentro da empresa onde já se trabalha ou mesmo uma nova colocação em uma nova empresa. Isso me anima muito, pois já observo um interesse de grandes empresas por esse tipo de profissional, experiente e qualificado”.

Estudos

O engenheiro agrônomo ingressou no Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal da UFV no segundo semestre de 2017. Ele já cursou as disciplinas Tópicos Especiais em Defesa Vegetal Barreiras Técnicas ao Comércio Internacional, obtendo excelente aproveitamento em ambas. “Quanto ao aprendizado nessas disciplinas, posso afirmar que superou as minhas expectativas por se tratar de um curso semipresencial. Todos os alunos foram cobrados a entregar as tarefas nos prazos previamente estipulados e isso demonstrou a todos um grande senso de responsabilidade e de planejamento por parte da direção e dos professores do curso. É preciso estudar sim, e isso muito me agrada, pois não estou atrás apenas de um ‘título de mestre’ e sim de aprendizado e produções bibliográficas de qualidade”.

Sob a orientação do professor Angelo Pallini, Ricardo pretende desenvolver a sua dissertação tendo como tema o controle da broca da haste (Xylosandrus compactus): “Espero contribuir com um melhor entendimento sobre a bioecologia dessa praga no Brasil, principalmente em cultivos comerciais de café, e determinar qual a melhor alternativa para o seu controle. Essa praga, em algumas ocasiões, pode causar danos significativos na cultura do café, sendo o seu controle difícil. Com esse trabalho procuro aguçar a curiosidade de pesquisadores, agrônomos e de empresas de agroquímicos sobre broca da haste, que pode ter efeitos danosos para a cafeicultura”.

Trabalho sobre amostragem de tripes em cultivos de melancia é publicado em revista científica de alto impacto

Diferente de um mestrado acadêmico, cujo foco é a pesquisa, no mestrado profissional o viés é tecnológico. Entretanto, quando o trabalho desenvolvido é de grande relevância, a pesquisa científica também pode ganhar destaque num curso de pós-graduação com viés tecnológico. Foi por isso que o mestre em Defesa Agropecuária Vegetal Cleovan Barbosa Pinto publicou um artigo, fruto da sua dissertação, na Journal of Economic Entomology, revista científica de alto impacto para a área de Ciências Agrárias. Cleovan desenvolveu a sua dissertação sobre amostragem de tripes Frankliniella schultzei em cultivos de melancia. O plano de amostragem determinado no seu trabalho possibilita colocar em prática a avaliação das populações de F. schultzei, importante praga nos cultivos de melancia no Brasil.

Para desenvolver a sua dissertação, Cleovan contou com a participação de pesquisadores da UFV e da Universidade Federal de Tocantins (UFT) – Campus Gurupi. Na UFV, ele contou com a orientação do professor Marcelo Coutinho Picanço. Em Tocantins, o trabalho foi liderado pelo professor Renato Almeida Sarmento e envolveu vários estudantes de graduação, mestrado e doutorado da UFT. O trabalho foi realizado em cultivos comerciais de melancia em Formoso do Araguaia (TO), nos anos de 2014 e 2015.

De acordo com Cleovan, “primeiro foram selecionadas a amostra e a técnica de amostragem. Posteriormente, foi determinado o número de amostras a compor o plano de amostragem. A folha 1 (mais apical do ramo) foi o melhor ponto para amostragem de F. schultzei em plantas de melancia nos estágios: vegetativo, floração e frutificação. A contagem direta dos insetos na folha 1 foi a melhor técnica para amostragem de F. schultzei. O número ideal de amostras para compor o plano de amostragem foi 69 amostras por talhão. Esse plano de amostragem teve duração de 38 minutos e custo de R$ 4,51 por amostragem. Portanto, o plano de amostragem do tripes F. schultzei determinado possibilita a avaliação das populações dessa praga em cultivos de melancia de forma prática, já que ele é simples, rápido e de baixo custo”.

  • Qualificação

 

Graduado nos cursos de Agronomia (2006) e Engenharia de Segurança do Trabalho (2015), Cleovan é inspetor de defesa agropecuária da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Tocantins (Adapec – TO), autarquia responsável por promover a vigilância, normatização, fiscalização, inspeção e a execução das atividades ligadas à defesa animal e vegetal. Lotado na central da Adapec, que fica localizada na capital do estado, Palmas (TO), Cleovan ocupa atualmente o cargo de responsável técnico do Programa Estadual de Grandes Culturas.

O inspetor da Adapec concluiu o Mestrado Profissional em Defesa Agropecuária Vegetal da UFV em 2016 e avalia que o curso lhe proporcionou pleitear cargos que antes ele não se via em condições de exercer. “O Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal me proporcionou muitas coisas boas. A primeira foi o conhecimento que adquiri, passando a ver as coisas sob uma nova ótica, tanto na vida profissional, quanto na vida pessoal. O mestrado profissional também me proporcionou um crescimento dentro do meu serviço, onde atualmente sou responsável pelo Programa Estadual de Grandes Culturas da Adapec, agência onde sou concursado desde 2013”.

Encontros presenciais e recursos tecnológicos garantem interação entre alunos e professores

A professora do SENAI Graziela Dias Ferreira Sant’Ana é aluna do Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal e conta como está sendo a sua experiência como estudante da UFV: “As aulas são dinâmicas, é possível aplicar o conhecimento obtido em sala de aula, por meio das aulas práticas, o que torna o Mestrado diferenciado. Tive ao longo do ano um bom desempenho. A dedicação que tive, as diferentes metodologias utilizadas pelos docentes e a utilização de recursos tecnológicos de videoconferência, como por exemplo, o ZOOm, estreitaram a relação entre aluno e professor, contribuindo para uma melhor formação do estudante”.

O aplicativo usado permite realizar videoconferências com uma ou mais pessoas e também possibilita o compartilhamento de arquivos. Devido à sua funcionalidade, é mais um recurso utilizado pelos professores do Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal. Por ser um curso semipresencial, os professores utilizam várias ferramentas para interação com os alunos. Nos dois anos de duração do curso, os alunos utilizam ambiente virtual para aprendizagem, onde contam com o suporte de tutores. Também são oferecidas disciplinas em módulos condensados, durante encontros presenciais realizados no campus da UFV, em Viçosa (MG).

A professora do SENAI já cursou as disciplinas Análise de Risco de PragasPlantas Daninhas de Interesse Quarentenário e Problemas Especiais, essa última visa oferecer ao discente a oportunidade de estudar temas de seu interesse, relacionados com a área específica de sua pesquisa e de importância para a sua formação. Graziela garante que “foi possível absorver bastante conhecimento” com as disciplinas cursadas.

Formada no curso de licenciatura em Química pela ILES ULBRA, em 2006, há quatro anos Graziela integra o corpo docente efetivo do SENAI,  em Itumbiara (GO), atuando nos cursos técnicos em Química e Açúcar e Álcool. Ela destaca que o Mestrado Profissional valoriza o conhecimento do estudante: “A bagagem que ele leva para a sala de aula é importante e implementada quando necessária. O ambiente é muito agradável e proporciona um clima de estreitamento das relações com os nossos colegas. Vale lembrar também do acompanhamento que recebemos dos tutores, que contribuem muito com o nosso aprendizado. De uma forma geral, é uma experiência incrível estar estudando na UFV, desde a estrutura aos recursos humanos da instituição, que são de excelência”.

No Mestrado Profissional, Graziela conta com a orientação do professor Eugenio Eduardo de Oliveira. Na sua dissertação, ela pretende discorrer sobre agrotóxicos ilegais: “Pretendemos avaliar a situação do comércio ilegal/contrabandeado de produtos agrotóxicos no Brasil e realizar um levantamento do número de ocorrências, problemas de saúde pública e problemas de falhas de controle de pragas, decorrentes da ação dos agrotóxicos. Com o desenvolvimento dessa dissertação, espero ampliar meus conhecimentos sobre segurança alimentar”.

Dissertação propõe nova perspectiva para receituário agronômico

A partir da perspectiva dos fiscais estaduais de defesa sanitária vegetal, o engenheiro agrônomo Luis Carlos Ribeiro, que possui vasta experiência na indústria de defensivos agrícolas, defendeu a dissertação “Receituário Agronômico – Relatos, Análises e Proposições”. O trabalho, orientado pelo professor da UFV Laércio Zambolim, propõe mudanças no sistema do receituário agronômico e defende que o engenheiro agrônomo tenha maior liberdade para exercer suas funções. Luis Carlos já atuou nas áreas de vendas e assistência técnica, desenvolvimento e registro de produtos. Atualmente, ele é gerente de assuntos regulatórios estaduais e municipais do SINDIVEG (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal) e concluiu o Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal neste ano.

 

Sobre a escolha do tema da sua dissertação, o engenheiro agrônomo destaca que “há uma série de trabalhos desenvolvidos sobre o assunto receituário agronômico, mas nunca tivemos uma visão direta, vinda de quem trabalha no dia-a-dia com o setor comercial e o agricultor, que é o fiscal estadual de defesa vegetal. Como há fiscais distribuídos por todos país, procuramos obter o posicionamento deles através da apresentação de um questionário. Procuramos colocar perguntas que englobassem informações antes da implementação do receituário e depois da implementação, visando comparar e propor adequações”.

Para ele, realizar esse trabalho “foi um desafio sensacional, muito trabalhoso, mas gratificante. Pudemos deixar claro que o sistema do Receituário Agronômico (RA) precisa ser revisto e revigorado. Gostaria de publicar esse trabalho para que o CREA e CONFEA possam se embasar e desenvolver um trabalho com o MAPA, para implementar o mais rapidamente possível as mudanças necessárias. O sistema está totalmente engessado, o engenheiro agrônomo precisa de maior liberdade para exercer suas funções. Não devemos temer que maus profissionais continuem a exercer erradamente o direito ao RA, o CREA está aí para puni-los e moralizar o sistema” – defende.

Difusão do conhecimento

Agrônomo formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro em 1985, Luis Carlos ingressou no Mestrado Profissional em 2016. Segundo ele, o tema defesa sanitária vegetal precisa ser mais discutido e difundido. Entusiasta dessa discussão e baseado num levantamento sobre a quantidade de novas pragas que existem na América Latina e que estão prestes a entrar no Brasil, Luis realizou sete eventos nacionais ligados à defesa vegetal, antes de ingressar no curso da UFV. “Fizemos um trabalho publicado em jornal de grande circulação alertando o país sobre o risco de entrada de novas pragas com a ocorrência da Copa do Mundo, Olimpíadas, shows de rock e turismo no Brasil. A matéria rodou o país inteiro e provocou um movimento no governo, aumentando o número de fiscais em portos, aeroportos e estradas. Conseguimos apreender uma série de objetos que poderiam causar a entrada de novos alvos biológicos no país. Com a realização dos sete eventos em 2014, 2015 e 2016, que comportou todas as regiões do país, vimos que no Brasil existem excelentes pesquisadores e professores que dominam o assunto, e devemos levar esse conhecimento para a sociedade. Então, conseguimos lançar o livro ‘Defesa Vegetal – Fundamentos, Ferramentas, Políticas e Perspectivas’, o qual tenho muito orgulho de ter participado da edição e possuir três capítulos no mesmo. Esse tema precisa ser difundido, estudado e compartilhado. Foi quando fiquei sabendo por amigos da intenção da Universidade Federal de Viçosa em promover este curso de mestrado”.

Crescimento constante

Luis Carlos concluiu o curso em 2017 e é assertivo ao destacar a contribuição do Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal da UFV para a sua carreira: “Graças aos conhecimentos adquiridos, hoje represento as indústrias na Comissão Nacional de reavaliação da eficácia agronômica da ferrugem da soja e na Comissão Latino Americana para análise e tomadas de decisões referentes às estratégias que o governo brasileiro possa desenvolver com países vizinhos, visando conhecer os alvos biológicos que lá existem e que ainda não estão por aqui, e vice-versa. A avaliação de risco de pragas é de suma importância. Além de todo conhecimento de medidas preventivas e mitigadoras adquirido, o curso deixou aberto um crescimento constante, através de novos eventos e troca de experiências”.

A experiência no Mestrado Profissional foi tão positiva que Luis Carlos sempre o recomenda. Para ele, uma característica do curso que merece ser ressaltada é a participação de profissionais de todo o país, que trabalham em diferentes setores. “Este país é imenso, e essa mistura de regiões, pensamentos e conhecimentos enriquece todos, inclusive os professores. Essa participação transparente entre o setor governamental, seja federal ou estadual, o setor privado e a universidade, com ética e profissionalismo, só leva ao crescimento de todos”. Ele ainda acrescenta: “Com certeza nunca um curso será igual ao outro que acaba de encerrar, pois é tremendamente dinâmico e motivador. Eu sou um entusiasta e adoro recomendar este curso para quem puder cursar e torço para que cada vez mais, ele se consolide e cresça”.

Mestrado profissional qualifica para mercado de trabalho cada vez mais concorrido e desafiador

Conciliar as atividades profissionais com os estudos não é tarefa fácil, mas tem suas vantagens. Para o engenheiro agrônomo Leonardo Ikari Kon, que concluiu o Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal da UFV em 2016, “foi desafiador, mas muito prazeroso. O mestrado profissional possibilita a condução de pesquisa com foco direto no trabalho desenvolvido por cada profissional em sua área de atuação. No meu caso, a pesquisa de alternativas para os agricultores solucionar os mais variados problemas fitossanitários”.

Gerente de serviços da Promip, uma grande empresa de controle biológico aplicado, Leonardo destaca a contribuição que o Mestrado Profissional trouxe à sua área de atuação: “A Promip é uma holding que abrange diferentes segmentos, dentre os quais destaco a produção e comercialização de produtos biológicos, pesquisa e inovação no agronegócio e de produtos domissanitários e a prestação de serviços para empresas do setor agrícola. O Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal contribuiu com o compartilhamento de informações e dados dos mais variados segmentos da agricultura, no estudo sobre a legislação vigente, na análise de riscos de pragas, contextualização das barreiras técnicas na produção agrícola e no comércio nacional e internacional e com o estudo de epidemiologia aplicada à Defesa Vegetal”.

Orientado pelo professor da UFV Marcelo Coutinho Picanço, Leonardo desenvolveu uma dissertação sobre o uso de inseticidas no controle de mosca branca. De acordo com o agrônomo, “nas últimas safras, a mosca branca (Bemisia tabaci) tornou-se um dos maiores problemas da agricultura no Brasil. O inseto ataca mais de 500 espécies de plantas, é de difícil controle e exige do agricultor o uso de diferentes técnicas de controle preconizadas no Manejo Integrado de Pragas (MIP). Dentre as principais estratégias recomendadas, o controle químico ainda é o principal método de controle do inseto. Apesar do grande número de produtos registrados, são poucos os realmente eficientes no campo. O objetivo do meu trabalho foi selecionar os inseticidas eficientes no controle de B. tabaci, avaliar a seletividade desses produtos a inimigos naturais e propiciar uma base de dados para os agricultores incentivando o uso escalonado, racional, com rotação do modo de ação e de grupos químicos”.

Qualificação

Agrônomo formado pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) em 2005, Leonardo conta que ao concluir a graduação optou pelo mercado de trabalho, mas que à medida que o tempo foi passando, viu a necessidade de investir na sua qualificação. “Ao concluir a graduação, tive a oportunidade de fazer mestrado com direito à bolsa de estudos. No entanto, optei pelo mercado de trabalho por razões financeiras e para adquirir experiência e vivência de campo. Trabalhei por aproximadamente dez anos em diversos setores em diferentes regiões do Brasil. A cada ano, notei que o mercado de trabalho ficava mais restritivo, concorrido e desafiador. A fluência em mais de um idioma e a pós-graduação tornaram-se pré-requisitos para concorrer a determinados cargos. Comecei uma ampla pesquisa por cursos de pós-graduação em diferentes instituições de ensino, e encontrei na UFV a solução que precisava. Primeiro fiz o curso de especialização em Proteção de Plantas e um ano após a defesa da monografia, me inscrevi a uma das poucas vagas no Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Vegetal”.

Para o gerente de serviços da Promip, a UFV poderia abrir novas turmas do Mestrado Profissional e oferecer mais opções de matérias optativas. Na sua avaliação, isso viria aperfeiçoar ainda mais o curso que já é de alta qualidade. “Tive aulas com professores altamente qualificados, usufrui de uma excelente infraestrutura tanto para as aulas teóricas, quanto para as práticas. Tive acesso irrestrito aos materiais e equipamentos necessários para a condução de minha pesquisa e redação da dissertação. Isso sem falar que a Universidade Federal de Viçosa é muito bem conceituada em todo o território nacional e internacional”.